Depois de registrar 42 dias – o dobro do período máximo de incubação do vírus – sem nenhum caso, as autoridades da Libéria, auxiliado pela organização Médico Sem Fronteiras (MSF) declararam estar livres do ebola.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 11 mil pessoas morreram na Libéria, Guiné e Serra Leoa depois que o surto do vírus começou em dezembro de 2013. Apenas na Libéria, a epidemia chegou a matar cerca de 4.700 pessoas.
Quase metade das mortes ocorreu na Libéria, onde o surto teve o seu auge entre os meses de agosto e outubro, registrando centenas de casos por semana. Os Estados Unidos foram um importante parceiro na tentativa de acabar com a epidemia. Vale lembrar que a epidemia atual surgiu numa região florestal da Guiné, na fronteira com a Libéria e a Serra Leoa, e rapidamente se alastrou por todo território. Foram afetadas 26 mil pessoas, das quais praticamente 11 mil morreram.
A presença de militares norte-americanos facilitou o lançamento de uma campanha, conjuntamente com a presidenta da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, de conscientização para conter a doença. Principalmente alertando a população que o vírus é transmitido pelo contato físico com pessoas doentes.
Ao longo desse período, a epidemia atingiu cerca 10.300 pessoas. A última contagiada pelo vírus foi uma mulher, em março, que depois de uma semana de exibir os sintomas veio falecer. Várias das 322 pessoas que mantiveram contanto com ela, foram monitoradas para que o vírus não se espalhasse. No entanto, nenhuma delas foi contaminada.
As autoridades, médicos e sobreviventes evitam comemorar o fim do vírus ebola na Libéria, visto que, caso, algum doente cruze a fronteira do país, vindo de países vizinhos, o surto pode recomeçar. A chefe da missão do Médico Sem Fronteiras, Mariateresa Cacciapuoti, disse: “nós não podemos tirar o pé do acelerador até que todos os três países fiquem 42 dias sem registrar casos”.
A presidenta da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, comemorou a notícia neste sábado com médicos, enfermeiros e a embaixadora dos Estados Unidos. Com isso, as duas, embaixadora e presidenta, deram um “apertão de mão do ebola”, sem as palmas das mãos e tocando apenas os braços.
David Nabarro, enviado especial da ONU para tratar sobre o ebola, disse que as autoridades da Libéria se comprometeram a intensificar a vigilância durante pelo menos um ano após o país ter sido declaro livre do vírus.