O Partido Conservador do Reino Unido conquistou 331 cadeiras no parlamento britânico nas eleições realizadas na última quinta-feira (07/05). Este número dá maioria e garante a permanência do primeiro-ministro David Cameron.
Com 232 cadeiras, em segundo lugar, ficou o partido Trabalhista, liderado nesta eleição por Ed Miliband. As projeções anteriores colocavam certa proximidade entre conservadores e trabalhistas.
No entanto, o resultado surpreendeu e não demonstrou a briga que estava acirrada nas pesquisas.
O lider trabalhista, Ed Miliband, reconheceu a derrota e consequentemente renunciou a liderança do partido, devido ao seu desprestígio. Com cara de abatido, o líder fez um discurso conclamando a força do partido trabalhista, afirmando: “apesar da derrota, nossos argumentos e a luta continuam”.
Nestas eleições, David Camaron sai fortalecido com um resultado surpreendente considerado por especialistas e principalmente pela mídia britânica. Nas últimas eleições, em 2010, o Partido Conservador conquistou 306 cadeiras e necessitou de uma coalizão com os liberais-democratas para conseguir maioria e governar. É válido lembrar que o número de cadeiras do parlamento inglês é de 650, enquanto no parlamento brasileiro é de 513.
Assim, ultrapassando a maioria necessária sozinho, o Partido Conservador tem autonomia para realizar quaisquer mudanças. Sua bandeira é a rígida austeridade fiscal, que fez com que as contas públicas se equilibrassem, além disso, a promessa para 2017 de um plebiscito que questione a permanência ou não na União Europeia.
Um dos destaques desta eleição foi o Partido Nacional Escocês. Sua vitória esmagadora de 56 dos 59 postos escoceses para o parlamento foi motivo de muito orgulho para partido que tinha apenas 6 cargos na última eleição. Além disso, sua força é fundamental, pois, agora, representa a terceira liderança – de oposição no caso – dentro do parlamento, fazendo com que o país escocês seja um grande destaque de atenção nesse momento.
Além dos trabalhistas que saíram derrotados da eleição, o partido Liberal Democrata – do vice primeiro-ministro Nick Clegg – também sofreu muito. A legenda venceu apenas em oito distritos enquanto em 2010 havia conquistado a liderança em 57 distritos.
Esse resultado coloca em xeque o futuro político dos liberais democratas, pois foi considerado humilhante perante todo o país. Em contrapartida, o vice primeiro-ministro recusou e renunciou ao cargo de líder do partido.
Por fim, a eleição no Reino Unido é dividida em 650 distritos, representando o mesmo número de cadeiras no parlamento. O mais votado dos indicados pelo partido ganha a vaga. Assim, uma legenda precisa de pelo menos 326 cadeiras para ter maioria e indicar o primeiro-ministro do reino.